As duas últimas semanas de abril foram muito importantes para os alunos da 2ª e 3ª séries de nossa escola — a única do Rio de Janeiro a retomar a Marcha da Vida em 2023. Por isso, nada melhor do que eles para nos contar um pouco do que sentiram durante essa intensa experiência.
“Nossas expectativas foram muito superadas. Sempre falaram para a gente como ia ser a Marcha, não tínhamos como ter ideia do que realmente estava por vir.” — David Kurc
“Não tem como descrever com palavras o que eu vi na Polônia e a experiência que foi ir para Israel com meus amigos. Foi algo único!” — Daniel Cagy
“Me marcou muito quando chegamos ao aeroporto de Israel, porque depois de tudo que passamos e vimos… É uma viagem pesada, mas quando a gente chega em Israel e vê que o nosso povo conseguiu e que não acabou após o Holocausto é um sentimento muito bom. Nosso povo continuou e olha o que nós temos agora [o Estado de Israel]” — Michelle Duek
“A sensação agora, após a Marcha, é que nós somos testemunhas do que aconteceu.” — Julia Benchimol
Os alunos também foram inspirados a escrever suas experiências durante a viagem. E foi cada obra de arte gerada a partir desta provocação… Deem só uma olhada no artigo desenvolvido por nossa aluna Júlia Mandelblatt:
Motl 23’
MOTL é a sigla para “March of the living”, uma organização mundial fenomenal que tem como objetivo seguir, a cada ano, a luta contra o antissemitismo no mundo. Jovens, famílias, idosos e sobreviventes marcham juntos, lado a lado, os três quilômetros que ligam Auschwitz a Birkenau, onde milhares de judeus tiveram suas vidas cruelmente interrompidas. A organização une, com muito orgulho, judeus do mundo inteiro para relembrar o passado e transformar a antiga “Marcha da Morte” em “Marcha da Vida”, da resiliência, da resistência, da tradição, da empatia, da compaixão e da união.
O Holocausto foi um marco terrível na história da humanidade. Em livros, filmes, séries, documentários, relatos e em livros de história a sensibilidade desse assunto atinge muitas pessoas. Todavia, são poucos os que possuem o privilégio de ver de perto todo esse capítulo da história mundial, o mais sombrio já visto.
No segundo ano do ensino médio nós, alunos do Liessin, embarcamos nessa viagem ao lado dos nossos colegas de berçário e de um time incansável de profissionais da escola. A caminho da Polônia, nosso sentimento é de animação pela jornada, a mesma que sentimos indo para a fábrica de picolé no primeiro ano ou para o NR no quinto. A partir do segundo dia, no entanto, percebemos a importância da viagem que estamos fazendo e começamos a sentir a carga emocional impactante que os passeios provocam. Visitamos sinagogas, monumentos, bairros e cemitérios judaicos. Mais pra frente conhecemos Auschwitz, Birkenau, Treblinka e Majdanek. Vimos os campos de contração, de trabalho e de extermínio, as tenebrosas câmaras de gás. Analisamos com nossos próprios olhos a indústria da morte que foi capaz de matar das mais variadas e cruéis formas possíveis. Ouvimos historiadores e sobreviventes, fomos testemunhas do que lá ocorreu e, como ouvimos esses dias “quem ouve uma testemunha torna-se uma testemunha” tomamos consciência da nossa missão enquanto jovens judeus. Não podemos deixar a chama apagar, devemos seguir sendo resistentes, criando laços de união e força com a comunidade judaica em âmbito nacional e global.
Após uma semana pela Polônia, na qual conhecemos Cracóvia e Varsóvia, embarcamos rumo a Israel. E que delícia, que alívio. Ir a Israel é, de certa forma, ir a casa. Ir pro local onde é casa para o povo judeu e pra quem vier de coração aberto. Isso porque Israel é antigo e é moderno, é frio e é calor, é deserto e é salgado, é seguro e é arriscado, é pequeno, mas é muito grande em influência, força e poder.
Fomos ao Mar Morto, a Masada, Tel Aviv, Yafo, Jerusalém, Rosh Hanikra, ao Muro das Lamentações e a vários outros cantos deslumbrantes do país. Tiramos fotos, fizemos vídeos, pulamos de alegria, nos abraçamos e rimos alto. No final da semana, para o encerramento da MOTL 2023 marchamos juntos, novamente. A família Liessin, os argentinos, os norte-americanos, os panamenhos, os sírios, os mexicanos, os canadenses, os japoneses, os colombianos, os ingleses, os peruanos e os israelenses marcharam juntos na terra de Israel, na terra de todos nós. Dessa vez a marcha foi alegre, animada, cantada, foi cheia de vida e em um dia de sol radiante. Foi lindo e especial, foi inesquecível e foi, certamente, memorável.
O trabalho da MOTL é impactante, é ímpar e é necessário. A história é real e deve ser lembrada, a garra do povo é absurda e deve ser ressaltada. A história é mundial. A vitória é nossa.
O Estado de Israel vive.
É com muito orgulho que vibramos:
Am Israel Chai! 💙
À Morá Anita, Biga, Ju, Aza, Maureka e Bruno: vocês foram imbatíveis, foram família e foram amigos. Não somos sequer capazes de agradecer pelo que fizeram por nós e pela perpetuação do projeto “Marcha da Vida”. Muito obrigada!
Neste ano, também tivemos um artigo de nosso ex-aluno Theodore Fuchs, divulgado como um dos textos destaques de uma matéria no portal “The Jerusalem Post”. Clique aqui para conferir.