O segundo livro da Torá descreve a forma como D’s libertou nosso povo do Egito, enviando dez pragas sobre esta nação. Enquanto os egípcios estavam sendo castigados com as pragas, poderiam encarar a situação de duas formas:
Primeira forma: Por quê?
Por que justamente estas pragas? Por que eu fui mais prejudicado que meu amigo? Por que Deus mandou estas pragas e não outras? Por que Deus também castigou egípcios que eram pessoas boas e “não mereciam”?
Segunda forma: Para quê?
O que Deus quer que eu faça? O que essa praga vem me ensinar? Como posso ser uma pessoa melhor a partir deste momento? Como posso aprender com tal acontecimento?
Assim, também em nossas vidas, sempre haverá desafios e dificuldades e, como os egípcios, podemos pensar no “por quê” ou no “para quê”. Se o Faraó tivesse se perguntado “para quê”, seu povo não teria sofrido tanto, nem precisaria ter chegado até a última praga.
Estamos iniciando mais um ano no qual ainda não estamos livres da pandemia. Realmente, a humanidade não está passando por uma fase fácil.
Porém, a visão judaica incentiva que não nos deixemos cair em tristeza, lamentos e reclamações, nem que tentemos compreender os motivos pelos quais estamos passando por essa situação.
A orientação judaica para fases difíceis é a reflexão, pensando: como posso ser uma pessoa melhor nessa nova realidade e o que D’s quer de mim neste momento.
Nesta pandemia, há pessoas que estão mais preocupadas e pessoas que não estão nada preocupadas; há aqueles que estão dentro de um grupo de risco e outros que não estão.
Deste modo, acredito que o desafio em nossos dias é saber se colocar no lugar do outro, ter empatia e respeitar todos, mesmo que isso me traga algum desconforto e me obrigue a agir com uma dose extra de cuidado.
A Torá nos ordena: “ame ao próximo como a si mesmo”.
O Sábio Hillel nos ensina: “o que você não gostaria que lhe fizessem, não faça aos outros”.
Desejo que tenhamos um novo ano repleto de aprendizado, crescimento, empatia e gentileza com o próximo!