Ao anoitecer do dia 16 de março, iniciamos as comemorações de Purim. Nesta festa judaica, a alegria é uma constante, mas não foi tão fácil alcançá-la. Ao longo da história, devemos constantemente lembrar de todos os acontecimentos e momentos difíceis pelos quais o povo judeu passou, no caso de Purim, na Pérsia, desde o plano idealizado pelo maldoso ministro chamado Haman, que preparou um “Pur”, um sorteio, para ter uma data na qual aconteceria a aniquilação de todos os judeus. O povo fez um jejum com a intenção de que o pedido de Ester, para salvar seu povo, fosse atendido pelo Rei Achashverosh.
Costumamos celebrar Purim observando 4 mitzvót (mandamentos):
1 - Kriát HaMeguilá - escutar a leitura da Meguilá que narra a história do milagre de Purim. Isso é feito uma vez na véspera de Purim e novamente no dia seguinte.
2 - Matanót Laevionim - dar dinheiro para pelo menos duas pessoas necessitadas.
3 - Mishloach Manót - enviar de presente dois tipos de alimentos para pelo menos uma pessoa.
4 - Mishtê - realizar uma refeição festiva, um banquete.
Ao refletirmos sobre o nosso dia a dia, devemos pensar: precisamos esperar até Purim, para praticar boas ações, para ajudar e prestar solidariedade ao próximo?
Nosso tema pedagógico deste ano letivo é: Convivência na Essência: Ser, Fazer e Acontecer. Como podemos ficar tranquilos e felizes, seguindo nossas vidas, se olharmos para o lado e percebermos que um amigo, um conhecido ou alguém não está bem e precisando de ajuda?
Na história de Purim, a rainha Ester ficou em seu palácio aguardando a chegada da data do decreto final? Não! Ela pensou nela e nos demais de seu povo, e tomou uma atitude!
O sábio Hillel disse 3 frases bastante significativas:
“?אִם אֵין אֲנִי לִי, מִי לִי? וּכְשֶׁאֲנִי לְעַצְמִי, מָה אֲנִי? וְאִם לֹא עַכְשָׁיו, אֵימָתַי”
“Im ein ani li, mi li? Uksheani leatzmi ma ani? Veim ló achshav, ematai?”
“Se eu não sou por mim, quem? E quando sou para mim o que sou? Se não agora, quando?”
Pensando primeiramente em nós mesmos, se eu não cuidar de mim, quem o fará no meu lugar? Mas quando me importo apenas comigo e não para o benefício dos outros, qual é o meu valor? E se eu não cumprir meu dever agora, quando o farei?
Não vamos mais adiar o que podemos fazer agora! Sempre é tempo de praticar boas ações, realizar boas ações com os outros, para um bem estar coletivo.
Que possamos fazer a diferença na vida dos outros por meio de boas ações.
Purim Sameach!
Por Nathalie Nudel Velmovitsky - Coordenadora do Departamento Judaico.