Mulheres de valor é um um projeto das alunas do Bat Mitzvah em conjunto com as professoras de judaísmo (Morot).
Aqui na escola, dedicamos lugar de destaque às tradições e à manutenção do ciclo de vida judaicos, bem como seus valores que são passados de geração para geração. Na trajetória de nossos meninos, a idade dos 13 anos sempre foi muito importante e os habilita a serem vistos como maiores perante a religião. Já para as meninas, a tradição da cerimônia surgiu mais recentemente como forma de reconhecimento de sua maioridade religiosa. Para os meninos, se realiza o Bar Mitzvah; para as meninas, se realiza o Bat Mitzvah, que diferentemente do Bar, acontece aos 12 anos.
As meninas se tornam capazes de adquirir mais funções e responsabilidades na vida e na religião. Elas auxiliam as mães nos preparativos das festas judaicas e também são responsáveis por acender as velas às sextas-feiras. Aqui na Escola, de forma educativa, promovemos um Bat Mitzvah coletivo, em que todas podem participar. O Bat é composto por duas etapas: a primeira é o curso, e a segunda a cerimônia.
Durante a primeira etapa (os encontros), são perpassados vários temas como as faces do judaísmo, o ciclo da vida e o lar judaico. São produzidos por elas, textos para prestarem doze homenagens. Além de ser relativo ao Bat, o número 12 representa as 12 velas acesas na cerimônia. Para se aprofundar um pouco mais nas tradições e entender como nossas meninas têm aprendido cada vez mais sobre quem elas são como judias, conversamos com as Coordenadoras de Estudos Judaicos, Abigail Nun e Anita Goldberg.
A nossa conversa com a Morá Abigail contou com a participação de alunas do Bat, que nos ajudaram a entender como foi o processo da homenagem "Uma Mulher de Valor". O trabalho consistiu em uma entrevista realizada pelas alunas com suas mães, homenageando uma Mulher de Valor a seu critério. No geral, as alunas optaram por homenagear mulheres judias, demonstrando o papel que o judaísmo desempenha nessas famílias.
Uma de nossas alunas, Liana Aharon, do 7º ano, entrevistou a sua própria mãe e, juntas, conversaram sobre a importância de manter as tradições e como está sendo fundamental para ela ver a filha fazendo o Bat Mitzvah também. Abigail ressalta que o Bat indica que as meninas estão em um momento de mais maturidade, não só perante a fé, mas perante a vida também e em suas decisões.
São muitas as mudanças que tornam esse processo complexo. As meninas refletem sobre como estão em um momento importante e dentre várias responsabilidades que elas tentam adquirir, o jejum de Yom Kipur é levantado como algo que pode ser experimentado. Ressaltam que a responsabilidade adquirida durante esse processo é de, no futuro, passarem essas mesmas tradições adiante, afinal são elas que constroem suas próprias identidades. São essas tradições que as conectam com suas Mães, Avós, Tias, Bisavós e seus antepassados.
Tradições e identidade são temas recorrentes no Judaísmo. A Morá Anita nos falou sobre a preparação para o Shabat, no qual é natural vestir-se com esmero e também preparar a casa. Tradicionalmente, sempre se começa a trocar os lençóis e a deixar tudo encaminhado já na quinta à noite. São hábitos introjetados, que fazem parte da identidade de muitos de nós. Para Anita, é emocionante ver que muitos de seus alunos, atualmente, têm pais e mães que, também, estudaram no Liessin e vê-los participando dessa atividade a torna ainda mais especial.