O trabalho das psicólogas no Fundamental II:
Todos nós conhecemos as questões complexas que acompanham o adolescer. Essa nova fase é permeada por múltiplas questões como a puberdade, o início do interesse romântico e os desafios escolares. A escola se torna mais difícil, o corpo muda e as crianças deixam de ser crianças. O trabalho desenvolvido por nossas psicólogas, Lígia Araújo (Unidade Barra) e Daniele Dornelles (Botafogo), tem como objetivo mediar e conduzir o processo de autonomia e desenvolvimento socioemocional. Essa autonomia será condição sine qua non para o sucesso no Ensino Médio e seus novos desafios e, também, para a vida adulta.
O trabalho no segmento é pautado no projeto socioemocional, dividido em miniprojetos e suas temáticas. Com algumas temáticas sendo verticais trabalhadas em todas as séries, temos, também, temáticas específicas por faixa etária, sempre atentos à proposta da BNCC (Base Nacional Curricular Comum) e desenvolvimento da área socioemocional.
Um dos carros-chefe dos projetos é o “Caderno do Eu”, desenvolvido no 5º ano, com os alunos em sala de aula. Os alunos têm a oportunidade de concluir o último ano do Fundamental I - o 5º ano- com uma proposta de fazer atividades que tenham a ver com a sua própria história de vida, escrevendo e refletindo sobre como eles estavam no passado, como estão no presente, como se enxergam para o futuro. Com esse caderno, são abordadas e refletidas competências socioemocionais como a comunicação, colaboração e autorregulação. Dentro dessas competências, são trabalhados exercícios de autoconhecimento, principalmente, de organização e autonomia nos estudos. Além disso, são trabalhadas a motivação, a persistência e, o mais importante, o relacionamento com os pares, tendo o desenvolvimento da empatia.
Com o avançar do tempo e da idade, nossos alunos vão ficando mais velhos e entrando em fases transformadoras. No 6º ano, temos um projeto iniciado sobre a puberdade, que aborda as mudanças físicas, comportamentais e emocionais que, muitas vezes, é desafiadora tanto para os alunos quanto para as famílias. A escola é construída como um espaço de aprendizado e, fundamentalmente, de diálogo. Damos condições aos nossos alunos para que eles possam expressar suas dúvidas e suas angústias nesse período. Dessa forma, conseguimos produzir uma troca positiva entre eles.
Não é só sobre falar, os alunos se capacitam a ouvir. Assim, podem auxiliar seus pares e, também, verbalizar em casa para sua família. É importante debater com eles temas que eles próprios buscam na internet, compartilhar com seus pares junto à mediação de um adulto preparado. Produz-se, então, um entendimento de que o processo que cada um passa na puberdade e no seu desenvolvimento é comum a todos, facilitando essa passagem e a troca de informações entre eles.
Há, em nossa escola, outro projeto que engloba o 6º e o 7º anos, chamado Compartilhando Experiências. Por meio desse projeto, alunos do 6º ano podem escutar experiências passadas pelos alunos do 7º ano. Com mais maturidade, podem auxiliar os alunos do 6º a passarem pelas mudanças que a puberdade implica. Uma questão importante, além da integração, é o protagonismo que os alunos mais experientes assumem, sendo empoderados com a capacidade de transmitir para os outros alunos.
Percebemos a construção da autonomia dos alunos do 8º ano em diante com o projeto de representantes de turma. É um projeto presente desde o 6º ano, em que os alunos são escolhidos para representar, junto à Direção, as necessidades da turma. É uma forma de exercitar múltiplas capacidades: resolução de conflitos, diálogo e aprender a diferenciar o interesse pessoal do coletivo. É uma forma dos alunos, em um microcosmo controlado, exercitarem o que é viver em uma sociedade democrática e aprenderem as múltiplas formas de se chegar a consensos, tornando-se cada vez mais protagonistas da própria trajetória escolar.
Além do constante contato com a Direção, os alunos têm a possibilidade de frequentar, mensalmente, assembleias de classe entre os representantes. Nessas assembleias, são abordados assuntos de interesse dos alunos para que possam discutir entre si as formas de alcançá-los. Aprender a viver em sociedade democrática é de suma importância, sendo todas essas habilidades desenvolvidas em nosso dia a dia.